Uma vida dominada pela depressão

Muito afetada pelas frequentes desilusões da vida, Filomena, gradualmente, começou a mergulhar na profunda tristeza e no isolamento característicos da depressão

“Acerta altura da minha juventude, comecei a ter vários problemas de relacionamentos. Eram amizades que acabavam, dificuldade de integração na escola, discussões em casa, namoros que acabavam quase de imediato… em suma, coisas que fizeram com que me fosse isolando cada vez mais. Sentia-me demasiadamente sozinha e quase sempre ficava fechada no meu quarto. Em consequência disso, era muito nervosa, tomava calmantes e tinha muitas dores de cabeça. Passava a maior parte do tempo isolada e lembro-me muitas vezes de chorar sozinha a pensar no porquê de tudo aquilo”, conta Filomena.

 

Transformação radical

“Tornei-me tão insegura, que coisas simples como atravessar a rua onde morava ou entrar num supermercado causavam-me grande incómodo. Não conseguia levar uma vida normal. Foi, então, que conheci o Centro de Ajuda, onde recebi o apoio e o aconselhamento que fizeram com que começasse a ver-me de maneira diferente.
As coisas, pouco e pouco, foram mudando e a medicação foi a primeira coisa que deixei. Até na altura de me candidatar a um trabalho, passei em várias provas, e fui uma das poucas selecionadas, para uma função em que iria relacionar-me com bastantes pessoas, coisa que jamais pensaria conseguir”, conclui, realizada e feliz.

 

Filomena Silvestre