“Só achava que se deixasse de existir ninguém sentiria falta”

A primeira tentativa de suicídio da Aldina, foi quando tinha apenas 13 anos de idade

Tudo começou aos 8 anos com a separação dos meus pais, após a separação fui obrigada a viver com os meus avós maternos e devido à falta de condições pois chegamos ao ponto de passar necessidades e não ter nem mesmo o que comer, me colocaram em uma instituição de crianças, ali morei por 10 anos.
Devido a essa situação, passei a ser uma criança cheia de traumas, complexos de inferioridade, me sentia rejeitada pelos meus pais e comecei a carregar dentro de mim muita mágoa pois me sentia abandonada.
Conforme crescia com todos esses problemas dentro de mim, me sentia frustrada e a tristeza passou a tomar conta do meu interior, não existia em mim uma razão para viver, chorava muito, me trancava sempre na casa de banho pois queria viver isolada das pessoas, foi então que comecei a pensar no suicido, a depressão era muito forte, a vida para mim não tinha graça, só achava que se deixasse de existir ninguém sentiria falta.

A primeira tentativa de suicídio tinha apenas 13 anos de idade e peguei uma faca e comecei a pressionar no meu peito, estava trancada na casa de banho quando fui interrompida por uma menina que morava na instituição por isso naquele momento acabei desistindo. Mas conforme ia crescendo a dor que existia dentro de mim só crescia, por isso achando que tivesse alguém ao meu lado seria resolvido, me envolvi em um relacionamento que me fez sofrer ainda mais, quando apesar de fazer tentativas nada mudava o que estava dentro de mim, quando acabei com esse relacionamento pensei mais uma vez no suicídio dessa vez com 22 anos me preparei para me atirar do quinto andar no meu apertamento, da janela do meu quarto, mas perdi a coragem e desisti.
Foram anos a enfrentar essa depressão, achando que nunca seria feliz e que não tinha motivo para continuar.

Através de um convite de uma pessoa cheguei ao Centro de Ajuda, lembro-me dela me convidar varias vezes, ela dizia para mim que se eu fosse o meu sofrimento acabaria, mas sempre respondia o mesmo: para mim não tem jeito, pois não acreditava que pudesse ter solução para aquilo que estava a passar.

Em uma das tentativas de convite decidi experimentar, foi maravilho quando entrei no primeiro dia pois já senti uma diferença dentro de mim, recebi o atendimento, orientação e todo apoio. Alcancei a mudança de vida, hoje não tenho mais sintomas de depressão, sou outra pessoa com paz no meu interior, alegria, com forças, hoje sou uma pessoa realizadas em todas as áreas da minha vida.

Aldina Castanheira