“Sentia uma dor na alma, superior a qualquer dor física”

Os alicerces lançados para a construção da personalidade de uma pessoa são uma fase muito importante na infância, cuja participação da família é essencial…

“A base familiar, tão importante para o desenvolvimento humano, no meu caso, falhou. Relativamente aos meus pais, especialmente do lado materno, havia problemas graves, por isso nunca tive nenhuma espécie de orientação. Vivia como que apartado de tudo e de todos. Tinha muitos traumas e, como se não bastasse, também era vítima de bullying, sendo perseguido, gozado e agredido… coisas que acabava por interiorizar. Por me acobardar, era ainda mais perseguido. Hoje sei que os meus pais fizeram o melhor que sabiam na altura, mas faltou-me uma estrutura, que era algo muito importante”, confessa Vítor.

APARÊNCIA ILUSÓRIA

“Aparentemente sorria, era otimista, mas no meu interior sentia um vazio muito grande e uma dor na alma maior do que qualquer dor física. Cheguei a ter vários problemas físicos também, estive de baixa devido a dores na coluna, a dor de ouvidos, problemas nos olhos… mas, o problema maior mesmo era a dor na alma, o buraco que sentia, o vazio. Sentia-me só no mundo, podia estar rodeado de pessoas e ter tudo, mas sentia-me só. Eu já era depressivo, mas não sabia que sofria de depressão. Inclusivamente, a minha irmã também sofria desse problema, mas talvez eu disfarçasse melhor do que ela. Mas, hoje sei que não existe qualidade de vida quando uma pessoa é depressiva, pois esta doença tira-nos tudo, quanto muito, a pessoa apenas sobrevive”, assume.

CONSULTAS E MEDICAÇÃO

“Para resolver o meu problema, fui aconselhado a bater em muitas portas, sendo uma delas a bruxaria, na esperança de que as coisas começassem a correr bem, mas não resolveu nada. Depois disso, comecei a bloquear de tal maneira que chorava. Fui parar às Urgências, depois procurei a médica de família, que me receitou medicação que me causava sintomas físicos, mas não ajudava. Marquei uma consulta de psiquiatria, onde me foi receitada mais medicação, que tomei durante um longo período. Cheguei a fazer hipnose com dois especialistas diferentes. Também, em Coimbra, andei em psiquiatria, psicologia e tomei mais medicação ainda… mais tarde, já em 2016, também consultei um neurologista”, relembra.

O REVIVER

Foi no Centro de Ajuda que Vítor recebeu as ferramentas de que necessitava e afirma, sem sombra de dúvida, que foi através do que ali recebeu que “fui curado, liberto e salvo. Ganhei uma nova essência, uma nova vida! já não sou mais triste, depressivo, angustiado, perturbado, inseguro, cheio de medos ou dúvidas. Tenho paz e alegria constantes! Tudo se transformou, passei a viver!”, conclui, hoje feliz.

Vítor