Têm uma vida inteira pela frente, mas vivem presos à ansiedade, ao stress, à pressão. A saúde mental dos adolescentes e jovens tem asfixiado a ideia de um futuro promissor

Todos os dias, há em média três pessoas em Portugal que resolvem pôr termo à vida. Entre os jovens dos 15-34 anos, essa é mesmo a segunda maior causa de morte. Quase um quarto deles já pensou ou até mesmo tentou suicidar-se [1].

DOR, INCERTEZA, SOLIDÃO

As tentativas de suicídio são sinais de grande sofrimento emocional. A precariedade laboral, uma vida de excessos, relações amorosas e amizades tóxicas, a busca pela aprovação por parte da família ou de terceiros, a baixa autoestima, são alguns dos fatores que afetam profundamente a vida dos jovens. Junta-se a estes a pressão: para ter boas notas, para não desiludir os pais, para arranjar um emprego para ser um adulto bem-sucedido, etc. A pandemia também veio servir de catalisador para a ansiedade e depressão. O seu impacto na saúde mental fez-se sentir em todas as idades, mas nos mais jovens.

INCOMPREENDIDOS

Para muitos jovens a sensação de incompreensão começa com os mais próximos, com a falta de diálogo e proximidade. Verdade é que os adultos muitas vezes não estão preparados para perceber os sinais que um estado mental desequilibrado passa. O simples gesto de “olhar nos olhos” pode ajudar a ver o que se tenta esconder.  Os pais devem estar atentos e ter consciência que a depressão não é uma “fraqueza” que pode ser ultrapassada apenas com força de vontade. Muito jovens atravessam sozinhos os conflitos inerentes à idade, e até parecem fortes, aos olhos dos pais, que desconhecem ou ignoram o quão frágil é a sua estrutura emocional. Fecham-se e aí reside o grande perigo.

[1] dn.pt

DETERMINAÇÃO PARA VENCER

Subjacente à depressão está uma falta de sentido na vida. Hoje, a geração mais nova desconhece totalmente o seu papel, de filhos, de alunos, etc, e talvez por isso, ande mais à deriva do que as anteriores. Em boa verdade, nada dá mais sentido à vida do que a determinação para vencer.