“A MINHA MÃE SUICIDOU-SE!”

Matilde lidou com a mais profunda dor que a alma pode sentir

 

” A minha mãe suicidou-se!”, é a frase que resume um dos maiores traumas pelos quais Matilde passou. “Vi o estado depressivo da minha mãe agravar-se, pois ela andava sempre muito nervosa, triste, a chorar e a isolar-se muito. Ela tinha de andar sempre a ser controlada por alguém, porque fazia muitas tentativas de suicídio, revoltava-se contra a doença e não queria tomar a medicação. Foram muitos anos de sofrimento, tanto para ela, como para a família.”

 

CANSADA DE VIVER

“Eu, que era filha única, passei a ser mãe da minha mãe. Ia com ela a psicólogos, psiquiatras, neurologistas e até a videntes. Ela acabou mesmo por conseguir suicidar-se com medicação e fechando-se num quarto com uma braseira acesa para ficar intoxicada com o monóxido de carbono, deixando uma carta onde dizia já estar cansada de viver e de dar preocupações. Depois, também eu entrei nesse processo de revolta, tristeza e depressão. Chorava muito, pois sentia muito a falta da minha mãe. Sofri muito, mas escondi sempre e nunca assumi que sofria de depressão.”

PAZ VERDADEIRA

“Sofri muito também com um casamento de 20 anos que acabou em divórcio e com muitos problemas de saúde, o que me levou a achar que não era capaz, desistindo até mesmo a nível profissional, fechando o centro de estética que tinha. Emigrei para a Suíça, mas a minha situação piorou ainda mais. Então, já à beira do suicídio, uma colega de trabalho falou-me do grupo de apoio do “Saíndo da depressão”, onde a minha vida foi totalmente transformada. Hoje, estou livre da depressão e tenho paz de verdade.”

Matilde Prazeres