“O plano era saltar do 12º andar”

Ninguém passa por um divórcio sem ficar com marcas…, mas, para Carlos, a situação agravou-se de tal forma que evoluiu para um quadro de depressão com desejo de suicídio

“A depressão veio logo no início do divórcio. Descobri que tinha sido traído, e não aceitei de maneira alguma, embora também eu já tivesse traído. Era uma ansiedade e angústia tremendas e uma revolta imensa. Mentia, viciei-me na internet, ficando horas a fio, furtava coisas insignificantes…

Até que cheguei ao ponto de planear o suicídio, saltando de um 12° andar.
Acreditava que com esse ato resolveria tudo, e até cheguei a pensar acabar com a vida da mãe dos meus filhos, outra grande atrocidade.”

VIDA ARRUINADA.

“A depressão levava-me a sentir rancor, angústia e uma raiva enorme do que me acontecia. A doença começava a destruir a minha vida em todos os sentidos, a nível profissional, familiar, conjugal no dia a dia. Quando aparecia uma dificuldade ou problema, sofria logo por antecipação. Mal acordava, era a primeira coisa a vir-me ao pensamento e cheguei a ficar em casa fechado, cerca de 3 a 4 dias sem tomar banho. Além disso, tinha pesadelos constantes e chegava a sonhar com pessoas da família que já tinham falecido.”

ESCONDER DE TODOS.

“Sempre carinhosa comigo, a minha atual mulher receava que eu estivesse depressivo. Eu nem sequer respondia, pois sentia vergonha e tentava esconder da família e dos amigos, pois sempre fui um guerreiro e agora definhava, aos poucos. Quando estava em algum lugar com amigos ou conhecidos mostrava-me sempre alegre e de bom humor, uma máscara que usava, pois jamais iria falar com alguém sobre o que sofria…”

DIA ABENÇOADO.

“Passava fins de semana inteiros fora e tinha o vício da internet, que me levava a estar 16h seguidas ligado. Além disso, havia a mentira, os furtos, a infidelidade, sendo que a minha mulher não tinha culpa alguma. Conheci o grupo de apoio “Saindo da depressão” por intermédio da minha esposa. Hoje, temos um casamento abençoado, a paz, deixei todos os vícios, a minha empresa está bem e sinto imensa vontade de viver!”

Carlos Oliveira