“Liguei à minha mãe para dizer que me ia suicidar…”
“Cleptomaníaca, depressiva, com tendências suicidas” … foi o diagnóstico recebido por Ana, que narra um percurso feito de falsas aparências, mas também de um final feliz
Frequentava o segundo ano da Universidade e tinha 18 anos. “Era bonita, elegante, das melhores alunas do meu curso. Extremamente popular, tinha um namorado bonito e sucesso em qualquer atividade em que me envolvesse… parecia tudo perfeito”, relembra Ana. “Só que, dentro de mim, as coisas não estavam bem…”. Apesar de experimentar tabaco, haxixe… tudo para se tentar integrar, era quando estava sozinha que Ana sentia o quão profundo e angustiante era o seu vazio e infelicidade.
CLEPTOMANIA
“Cheguei a contemplar o suicídio… tamanha era a minha tristeza e complexo de inferioridade. Comparava-me imenso. Sentia que tinha de ser o exemplo em tudo, inclusivamente, da felicidade. Isto exigia muito de mim, roubava as minhas forças e total energia. O meu fundo de poço foi quando encontrei na cleptomania uma tentativa de diminuir a minha ansiedade, de me preencher e ter algum controlo. Até que tornei aquele hábito em algo completamente maléfico, criando inimizades entre as pessoas.”
A AMEAÇA
“Quando a minha máscara caiu, as pessoas viram que afinal eu era uma pessoa frágil, com fraca autoestima, que eu era uma fraude. Telefonei à minha mãe, e disse que iria colocar um fim a tudo.” Calmamente, a sua mãe relembrou-a de que Ana prometera ir à casa jantar com os pais. Assim o fez.
REALIZAÇÃO
“Se antes tinha um diagnóstico de depressão, o que tenho hoje é vida interior! Trabalho como enfermeira no SNS, mas lancei um cosmético que está a ter muito sucesso! Tenho um gabinete onde faço os meus serviços de estética. Sinto-me realizada, feliz e sei que muito mais virá!”