SUICIDA
“O que estou a fazer aqui? Por que é que nasci?” Eram as perguntas que me colocava com frequência. Nada me preenchia ou satisfazia. Po-dia ter as melhores coisas, viajar, ter uma boa vida… mas, dentro de mim existia um desinteresse, pois nada me preenchia. O vazio, a insatisfação e a tristeza eram de tal forma, que se associavam às vozes, que sugeriam no meu pensamento a melhor forma de me matar. Cheguei a preparar-me para o fazer, mas algo me impediu e não cheguei de contar a ninguém. Por mais pessoas que tivesse à minha volta e o ambiente fosse animado, sentia-me sempre sozinha.”
ESTADO GRAVE
“Cresci cheia de insónias e pesadelos que pareciam tão reais. Como se não bastasse, por ter crescido demasiado rápido, comecei a sentir muitas dores na coluna. Se me movimentasse muito, começava a travar. O diagnóstico é de que tinha problemas físicos que não eram para a minha idade, pois tinha 25 anos e sofria de artrite, artroses e escoliose. Juntamente com a depressão, o meu estado foi-se agravando. Sentia dores horríveis que não me deixavam dormir. Tinha que tomar uma dose dupla de comprimidos para conseguir ir trabalhar. Todos os dias, sempre que acordava pensava por que motivo não tinha morrido. Levei esse sofrimento por quatro anos.”