É possível “mascarar” a depressão?

Não só é possível, como muitas pessoas assumem este comportamento. Disfarçam o seu real estado interior através do sorriso, aparência ou estilo de vida, por vezes, “invejáveis”

Se tal não fosse possível não nos assustaríamos com os constantes casos de pessoas, públicas ou anónimas, descritas como alegres, que “do nada” acabam por pôr fim à vida. Ainda é bem presente à memória a morte do mediático chef e escritor norte-americano, Anthony Bourdain, que chocou, por completo, o mundo. O retrato do homem realizado e bem-sucedido não coincidia, de todo, com o da pessoa que, num ato de desespero, suicidara-se. A vida repleta de luxo, glamour, e amizades influentes, era, na verdade, uma cortina, pois, por detrás da couraça dos holofotes, enfrentava, sozinho, uma dura luta contra a depressão. E… perdeu!

Casos semelhantes continuam a acontecer, com uma frequência assustadora. Este mal faz parte de uma pandemia maior conhecida como “depressão sorridente”. Em regra, as pessoas vitimas deste transtorno escondem-no por detrás de um sorriso. Usam uma máscara exterior enquanto seguem com uma vida aparentemente normal e ativa, mas, interiormente, sentem-se em baixo, sem esperança, muitas vezes com vontade de acabar com tudo.

É importante perceber que, embora as realizações pessoal, familiar e profissional proporcionem grande satisfação, não são empecilhos para o desenvolvimento de um quadro depressivo. Encontramos na Bíblia o exemplo do Rei Salomão, que, apesar de ter sido o homem mais rico da Terra, sentiu-se profundamente deprimido, e chegou a afirmar que tudo não passava de vaidade (cf Eclesiastes 1). Isto para dizer que, a maioria das vítimas deste tipo de depressão parecem “não terem motivos para se sentirem deprimidas”. Este facto não só aumenta a pressão e os receios de julgamentos, como, também, acaba por dar suporte a escolha destas pessoas, de camuflar a tristeza e o vazio.

É fundamental para elas encontrar empatia no meio do caus.

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