“Eu vivia de aparências. Não era feliz. Já na infância e adolescência sentia que os meus pais não me compreendiam, não me ouviam sequer. Sentia-me sozinha.”
APARÊNCIAS
“Mostrava às pessoas que era feliz, que estava bem em casa, mas existia um vazio dentro de mim, uma grande tristeza. Por dentro eu queria morrer, desaparecer. Por causa do mau ambiente familiar, pautado pelas brigas e discussões, envolvi-me com más amizades, até conhecer o meu ex-marido. Refugiei-me nele e, para fugir de tudo o que vivia, casei-me aos 19 anos. No entanto, começaram as agressões, físicas e verbais, e o casamento terminou. Fiquei sozinha com as duas filhas, na altura ainda bebés de colo. Entrei numa depressão profunda.”
FRUSTAÇÃO
“Não tinha estrutura emocional para cuidar das minhas filhas, então, metia-me nas noitadas, drogas e álcool com os amigos para fugir do vazio que sentia. Nessa altura, conheci o meu atual marido e começamos a namorar. Embora ele fosse muito compreensivo e amigo, ainda assim eu continuava a sentir-me infeliz. Descarregava toda minha frustração e raiva nas minhas filhas e no meu companheiro.”