Datas comemorativas e a Depressão

“Queria compartilhar o quanto eu me sinto triste nessas datas como o natal, o ano novo, ou mesmo o meu aniversário. É estranho para mim andar na rua e ver tudo decorado, um ambiente diferente do usual, as pessoas em restaurantes, a se distraírem, enfim. Não acho que nada disso seja errado, só fico triste por ver que no fim eu sou só uma pessoa que vai estar no quarto a ouvir música e consumir conteúdo inútil na internet. Trabalho em mim mesmo para no ano que vem eu mudar a minha realidade, e quem sabe no fim do ano que vem eu não sentir essa sensação estranha. Alguém mais se sente assim?” Comentário de um anónimo
Como percebemos no comentário acima, é muito comum para a maioria das pessoas em depressão ou pessoas necessitadas de cuidar da saúde mental, sentir uma enorme tristeza e uma sensação de estar deslocado em certas datas comemorativas ou em dias específicos que remetem a uma memória de alguém próximo que morreu, ou de alguém que não tem mais próximo de si, especialmente nesta época do ano, Natal e fim de ano, uma época que remete sempre a família e alegria.
Existe um tipo de depressão que é mais propícia de acontecer nestas épocas, a chegada dos dias mais curtos e cinzentos, aumenta o cansaço, a sonolência e a falta de motivação a nível geral. No entanto, não é apenas uma “tristeza de inverno”, para algumas pessoas evolui para depressão sazonal, uma depressão ligeira, associada a falta de luz e épocas festivas associadas a sentimentos de perda ou de solidão.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão sazonal é o problema de saúde mais prevalente na União Europeia, afetando cerca de 50 milhões de pessoas. As estatísticas revelam ainda que 11% da população irá sofrer um episódio depressivo ao longo da vida e que essa é a segunda maior causa de incapacidade.
Portugal ocupa a 5ª posição entre os países com mais casos – cerca de 8% dos portugueses estão diagnosticados com essa perturbação.
Na maioria das vezes essa tristeza começa quando chega próximo dessa data e se começa a passar pela cabeça da pessoa pensamentos do que aconteceu, de quem perdeu, ou de simplesmente não se sentir confortável com essa comemoração.