REBELDIA X BAIXA AUTOESTIMA
Sara, adotou um estilo rebelde que servia para ludibriar as inseguranças que sentia. Aparentava ser uma jovem feliz e autoconfiante. Usava o cabelo pintado, piercings e tatuagens, mas, a realidade interior era outra: “Não gostava de mim e evitava olhar-me ao espelho. Sentia a necessidade de chamar a atenção, e usava a minha imagem para o fazer”. Com um vazio interior a consumi-la, procurava refugiar-se na bebida e nas noitadas, mas de nada adiantava, pois, a tristeza era permanente, ao ponto de a fazer questionar sobre o sentido da vida: “Andava por andar, sem rumo e sem perspetiva… Passava noites inteiras a chorar. Muitas vezes pensei em acabar com a minha vida”.
OS PAIS
Nunca lhe faltou carinho e atenção em casa, mas, apesar do esforço dos pais em proporcionar-lhe o melhor, tanto afetiva como materialmente, Sara vivia numa espiral de insatisfação interior. Chegava a ter comportamentos rebeldes só para afrontar e chamar a atenção dos pais, que não conseguiam perceber a filha.
A FOLHA UNIVERSAL
Foi o meio pelo qual Sara e a mãe tiveram acesso ao Centro de Ajuda. Ambas já tinham ouvido falar do mesmo, mas somente após receberem o jornal tomaram a decisão de ir. Sara teve uma experiência no primeiro dia: “Pela primeira vez senti que alguém me estava a ouvir, parecia que tudo que estavam a falar era sobre a minha vida. Chorei porque senti-me valorizada de uma forma muito especial”.
MUDANÇA TOTAL
“Aos poucos passou a praticar o que lhe fora ensinado e as coisas começaram a mudar, de dentro para fora: “comecei a gostar de mim mesma, a valorizar-me”, conta sorridente. A cura da doença de Crohn também aconteceu, assim como a libertação dos pensamentos autodestrutivos: “Já não me sinto incapaz de fazer as coisas. Hoje sou uma jovem definida e com objetivos, que quer ter um futuro. Sou feliz e tenho uma família transformada”.