“A minha vida é cheia!”

Apesar de crescer numa família bem estruturada, a carência afetiva que levou Rita à depressão vinha de uma infância sem afetos por parte dos pais

Rita cresceu sem saber o que era receber carinho. Achava que para ser uma boa filha, bastavam as boas notas, então, o seu objetivo de vida pautou-se nisto. Até ao dia em que o vazio se tornou tao grande, e viu-se no fundo do poço.

AUSÊNCIA DE AFETO

“Eu achava que ninguém gostava de mim, pois os meus pais nunca foram pessoas afetuosas, de dar carinho e assim. Eramos uma família pequena, mas não havia uma ligação profunda. Até conseguia, tirava boas notas, era bem-sucedida neste aspeto, mas não encontrava sentido em nada.”

 VAZIO NA ALMA

“Sentia um vazio, como se me faltasse alguma coisa. Tentava encontrar uma resposta para isso, mas não encontrava. Os estudos não me preenchiam, fechava-me no quarto, só queria estar às escuras… era uma dor dentro de mim, uma tristeza profunda, queria encontrar alguma coisa que me preenchesse.”

ACABAR COM TUDO

Com um vazio e um grito na alma, Rita chegou a conclusão de que não valia a pena viver: “Não sabia a quem pedir socorro. Tentei o suicídio…. Tomei bastantes comprimidos. Já não aguentava mais viver aprisionada dentro de mim. Só chorava. Eu só pensava em como não consegui ser feliz.”

NOVA VIDA

Foi através do, na altura, namorado, hoje, marido, que Rita conheceu o lugar onde encontrou o socorro que procurava: “Foi ele quem me levou pela primeira vez ao Centro de Ajuda. Quando lá entrei percebi que havia ali algo de diferente. Decidi que era a minha oportunidade de mudar, casei e hoje sou totalmente diferente”, conta hoje uma nova mulher.  Há coisas que não podemos mudar na nossa vida, porque já passaram, mas podemos pegar nos erros do passado e aprender a fazer diferente e seguir em frente. Somos muito felizes, tenho saúde, apesar de existirem históricos de doenças hereditárias na minha família, sou feliz, a minha vida é cheia”, conclui.

Rita Semedo