No dia 30 de Janeiro, morreu a ex-miss EUA de 2019, advogada de 30 anos, Cheslie Kryst, terá saltado do prédio luxuoso no qual morava em Nova York, momentos depois de ter partilhado nas suas redes sociais uma foto com o seu rosto, desejando a todos um dia de descanso e paz.
Uma pessoa muito elogiada e admirada pelo seu corpo esculpido, muito amada pela sua família e conhecida por abraçar causas humanitárias, sempre visando o bem do próximo, mas infelizmente, nunca foi expresso um pedido de ajuda com relação á sua saúde mental, e aos pensamentos de suicídio que a atormentavam.
O incidente reforçou a importância do tema da saúde mental na agenda dos EUA, que tem vindo a sinalizar sinais preocupantes, uma vez que, depois de o número de suicídios ter registado uma ligeira quebra em 2019 (revertendo uma tendência de crescimento verificada nas duas décadas anteriores), os diagnósticos de depressão e ansiedade aumentaram durante a pandemia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem todos os anos por suicídio, sendo que a OMS é clara em frisar que “os suicídios são evitáveis”, apontando para “uma série de medidas que podem ser tomadas para prevenir suicídios e tentativas de suicídio”.
Em todo o mundo, há cerca de 30 países com um plano de prevenção contra o suicídio, e Portugal, desde 2013, é um deles, sendo que este passa pela formação dos agentes de primeira linha: profissionais de saúde dos cuidados primários, de emergência e de segurança, mas também pela identificação das populações mais vulneráveis.
O suicídio, está maioritariamente associado a um quadro de depressão, profunda, sendo que os pensamentos de suicídio já são o derradeiro sintoma de perigo, que deve ser de imediato tratado, sendo que a pessoa que os tem, é a principal responsável por pedir ajuda.
A assessora do Programa Nacional para a Saúde Mental, a psiquiatra Ana Matos Pires, explica sobre a depressão que: “é preciso compreender que não é uma doença; é um comportamento”, indicando que o caminho para que se consiga limitar o número de suicídios passa pela prevenção precoce, mas também pela informação de que a depressão é tratável, para que quem esteja a passar por um momento difícil saiba que existe ajuda e onde a procurar.